As áreas de Economia e Administração contêm um amplo conjunto de disciplinas (ou campos de pesquisas), muitas delas isoladas entre si, mas algumas tentam construir pontes. Dentre estas, uma tem se destacado pelo amplo, e profundo, leque de evidências que vem coletando mundo afora. Ela foca sua atenção na resposta à seguinte questão: a administração (ou gestão) das empresas funciona?
Para que alguém possa saber sobre qual campo de pesquisas estamos tratando, basta acessar o site na web da “World Management Survey” (Pesquisa Mundial da Administração) http://worldmanagementsurvey.org. E para saber sua origem, basta acessar um artigo da revista The Economist (de 09/06/2005), intitulado “A question of management: Why do so many badly run companies survive?” (Uma questão de administração: por que empresas tão mal gerenciadas sobrevivem?”).
Neste artigo, The Economist observa que esta questão tinha estado nas mentes dos economistas por anos, e a dificuldade principal repousava em colocar números na resposta. Se os economistas tivessem que explicar o desempenho das empresas em termos de práticas de administração/gestão, isto tinha que ser quantificado. Mas como medir a “qualidade” do layout de uma loja, da comunicação entre os trabalhadores ou dos incentivos aos trabalhadores?
Algumas respostas, indicava à época o artigo de The Economist, poderiam ser encontradas num novo estudo, intitulado “Management Practices Across Firms and Nations” (Práticas de Administração Entre Empresas e Nações), publicada em junho de 2005 no site do Centre for Economic Performance of the London School of Economics - LSE: http://cep.lse.ac.uk/management/), desenvolvido pelos economistas Nick Bloom e John Van Reenen (da LSE), e Stephen Dorgan, John Dowdy e Tom Rippin, todos consultores da empresa McKinsey.
Os trabalhos deste grupo de pesquisas se iniciaram fazendo levantamentos junto a empresas industriais de apenas alguns países (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Alemanha). Com o passar dos anos eles foram incluindo empresas da Ásia e, finalmente, outros países em desenvolvimento, como o Brasil, e recentemente estão estendendo sua cobertura para empresas e organizações que não são industriais.
Em 2010 o grupo publicou mais um amplo conjunto de resultados incluindo os países em desenvolvimento em um artigo intitulado “Why Do Management Practices Differ across Firms and Countries” (Por que as Práticas de Administração Diferem entre empresas e Países), no Journal of Economics Perspectives, Volume 24, Number 1- Winter, pages 203-224. O grupo apresentou (e discutiu) 10 (dez) conclusões de pesquisa:
O universo de questões relacionadas com as práticas de administração tratadas por este grupo de pesquisas é bem mais profundo. Mas o que sobressai ao longo dos trabalhos é uma evidenciação de que “as empresas no Brasil são mal administradas/gerenciadas”. Uma questão final pode ser aqui deixada: até que ponto as TICs têm contribuído para atenuar esta percepção de nossas empresas, ou têm contribuído para agravá-la?
Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre práticas de administração, fique a vontade para nos contatar!