Nós já tínhamos um sentimento, mas agora a evidência empírica confirmou: o Estado de São Paulo representa mais de 53% do mercado brasileiro de TICs, em termos de receita bruta, mais de 44% do pessoal ocupado no país, e mais de 48% das empresas do território nacional. Em resumo, o mercado nacional de TICs não está na Região Sudeste; ele se concentra em São Paulo (ver Tabela 1 à frente).
Era natural pensar que assim o fosse, já que São Paulo representa 32,6% do Produto Interno Bruto- PIB do Brasil (dados do IBGE de 2011), e, portanto, sua pujança ajuda a concentrar os maiores negócios do país. Mas em maio passado, a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados- SEADE/SP, publicou um trabalho, intitulado “Os Polos de Software, Tecnologia da Informação e Telecomunicação no Estado de São Paulo”, onde os dados da Tabela 1 à frente foram retirados.
O objetivo deste documento foi analisar o setor de software e serviços de tecnologia da informação e telecomunicações no Estado de São Paulo. O trabalho estuda a distribuição deste setor no território paulista, identificando os principais polos e municípios cuja presença é relevante, bem como as especificidades dos segmentos em cada um deles. Apresenta, ainda, as características da mão de obra neste setor, com perfil de escolaridade e aspectos relacionados às principais ocupações, além de cursos de ensino superior a elas associados.
Num breve resumo dos seus principais resultados, o documento constata o seguinte:
• Com movimentação de mais de US$ 230 bilhões em 2012, o mercado brasileiro do setor de tecnologia da informação e comunicação passou a ocupar a 4a colocação entre os maiores mercados mundiais, atrás apenas dos EUA, China e Japão;
• Em 2012, 15 municípios paulistas respondiam por 87% do pessoal ocupado e por 70% das empresas do setor de software e serviços de tecnologia da informação e telecomunicações no Estado;
• A importância do polo de software paulistano pode ser aferida pelo porte de suas empresas: das 25 empresas com mais de 500 pessoas ocupadas localizadas no Estado, 19 estavam na cidade de São Paulo;
• As empresas de grande porte do setor instaladas nas cidades de Jaguariúna e Americana, somadas àquelas localizadas no município de Campinas, formam o segundo maior polo de software no Estado;
• São José dos Campos e Ribeirão Preto sobressaíram, no período 2008-2012, como potenciais polos de software, com crescimento expressivo na participação do emprego deste segmento no setor;
• Em 2012, enquanto a presença de graduados e pós-graduados representava 18,8% do total dos empregos no Estado de São Paulo, no setor essa participação alcançava 47,4%;
• As 22 ocupações selecionadas totalizavam, em 2012, 81,6 mil empregos, com destaque para os analistas de desenvolvimento de sistemas, que somavam 31,8 mil postos de trabalho (39,0%);
• A taxa de crescimento das vagas ofertadas nos cursos selecionados foi bem superior entre as instituições públicas, que avançaram 93,6%, do que entre as privadas, com aumento de 32,2%.
Eis aí um conjunto pequeno, porém relevante, de informações para aquelas empresas de TICs que estão redefinindo estratégias comerciais no território nacional, e para aqueles estados que estão pensando em estabelecer políticas públicas de fomento para as empresas de TICs que têm bases em seus espaços geo-políticos!
Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre a organização territorial do setor de TICs no Brasil, não hesite em nos contatar!